quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A primeira vez a gente nunca esquece...

Tá, eu quis apelar mesmo com esse título, mas isso é tão clichê, insinuar sexo com esse título e falar qualquer outra experiência primeiramente vivida, que não a sexual. Hoje eu passei o dia inteiro preparando a minha mega-festa-polêmica-e-autêntica-on-the-beach, convidava as pessoas que me ligavam, ligava para as que não tinham me ligado ainda, brigava, cobrava meus parabéns, perguntava quando eles pretendiam me ligar e depois também os convidava. A preparação foi cansativa, escolher o tema da festa também não foi fácil, afinal, uma festa de vinte anos que se prese não prescinde sem chapéu descentes; optei por um tema variado: Pokemón e Digimon. Comprei pratos, comprei uma caixa de chiclete pra dar de lembrança pra quando as pessoas fossem indo, roubei o lençol de casal aqui de casa, peguei umas pedras do jardim de inverno pra segurar o lençol (é, eu penso em tudo. quando eu falei mega estrutura, eu não estava brincando), e ainda fizeram um bolo pra eu levar. Tava super empolgado. Estender meu lençol lá na praia, colocar o bolo em cima, e fazer a festa com um litro de vodka que eu ia comprar, eu tinha certeza que seria a melhor festa de aniversário da minha vida inteira. Foi essa certeza que desenvolveu em mim a síndrome da pior reação quando eu descobri que tinham feito uma festa surpresa pra mim. Me senti traído, tinha bolado tudo pra minha mega-festa na praia, então, quando começaram a gritar e cantar parabéns e dizer surpresa eu fiquei calado, passei uns 15 segundos em silêncio e depois soltei:


-Vocês estragaram a minha festa na praia!


Só depois que eu fui relaxar e começar a ter sentimentos que as pessoas normais costumam ter, afinal, foi a minha primeira festa surpresa dos meus um quinto de século vividos. E eu preciso agradecer a todos que foram, agradecer mais ainda aos que deram a contribuição fiduciária, agradecer mais, mais ainda aos que idealizaram e puseram em prática. Achei que eu ia morrer sem ter uma festa surpresa, já tinha até bolado uma teoria acerca das festas surpresas, só pra evitar sofrimento, um mecanismo de defesa que funcionava bastante. Eu dizia sempre pra mim mesmo que as pessoas que recebiam festas surpresa, eram aquelas que não eram muito amadas, que eram sempre deixadas de lado pelos amigos, que, com muito peso na consciência por um ano inteiro de negligências de todos os tipos, resolve compensar o pobre coitado com uma festinha surpresa. É um modo capitalista de compensar as ausências, tipo, ''Eu não te amo um ano inteiro, mas te faço uma festa surpresa''... E eu ainda fundamentava mais a minha tese, pra vocês verem o meu grau de amargura, mas hoje mais um trauma meu foi superado e eu, carente que sou, me senti muito amado. Mas eu não desisti ainda da minha festa na praia, vai ficar pro ano que vem, só que vai ser uma coisa mais elaborada, já criei até o slogan ''Sem teto e na areia é mais selvagem. Daniel, 21 anos de sensualidade e selvageria''. Bem, vou indo dormir. Sinto muito, mas hoje não foi nada engraçado, só constatei mesmo os fatos e quero deixar gravado aqui mais uma última coisa pra os meus amigos: Desculpem a minha dificuldade em demonstrar afeto e a minha fluência nas críticas, saibam que eu amo alguns de vocês tanto que quase sempre engasgo, eu juro. Não sejam ridículos e percebam que quando eu chamo vocês de ridículos, estranhos, idiotas, retardados, entre outros apelidos mais específicos e pessoas, é a minha forma de demonstrar afeto mesmo. Mas vale ressaltar que nem sempre é amor, também não me interpretem mal, às vezes eu critico e chingo por esporte. Nossa, a idade está me amolecendo. E esse blog tá ficando pessoal demais pro meu gosto, sinto-me exposto. Boa noite.

Um comentário: