quinta-feira, 17 de junho de 2010

Catolicismo? Credo...

Engraçado como até hoje eu não tenho uma identidade religiosa bem definida e agradeço a Deus por isso. Acho que nunca simpatizei com o catolicismo, porque tinha que ir pras reuniões da primeira comunhão que aconteciam no sábado a tarde: dia de churrasco na minha casa. Então, enquanto estava todo mundo se divertindo na minha casa, eu estava tentando aprender o credo, que eu nunca consegui decorar nem o primeiro 'verso'(?), agradeço a Deus mais uma vez: por ter me feito assim com essa memória seletiva, não decoro hinos, orações, fórmulas de física/química/matemática, nomes de planta/animal/classe/reino/djabaquatro. Sendo assim, desde cedo criei uma antipatia pelo catolicismo. Até hoje não entendo o porquê de eu ter tido que fazer uma prova pra medir meus conhecimentos e saber se eu estava apto, o pior de tudo é que eu tive que profanar o lugar sagrado dos católicos, porque a prova foi realizada lá na igreja e eu nunca saberia qual é a data da páscoa ou o significado dela. Ponto pra minha memória seletiva. Além do que, na hora de me confessar eu num sabia o que falar, ai eu disse que brigava muito com meus irmão e o padre mandou eu rezar muito, além dos 'pai nosso' e das 'ave maria' ele teve a coragem de me receitar um 'credo'. Tudo bem, aceitei o desafio. Afinal, tudo pela salvação, né? Me ajoelhei na igreja, juntei as mãos e fiquei pensando no que seria o almoço na minha casa naquele dia por um tempo razoavelmente convincente e fui embora, sem remorso. Nunca acreditei na salvação por meio da repetição. 100 'ave maria' e 70 'pai nosso' não vão mudar a minha vida, acho tudo muito mecânico. Não tô aqui querendo por em cheque a relevancia da religião na vida das pessoas, muito pelo contrário, acho que tudo que incentiva a prática do bem é válido. Eu acredito no Deus que criou o universo, uma força maior que de alguma forma tá presente na vida de todo mundo, mas não acredito no Deus criado pelas religiões. Acho que se eu for bom e fizer o bem nos meus limites, tentando sempre crescer como pessoa eu vou ter um retorno positivo e vou aprendendo a lidar melhor com as coisas ruins que me acontecem. O resto pra mim é questão de nomenclatura, chama isso de sorte, destino, karma, Deus. São nomes demais pra mesma coisa. Prefiro mesmo ficar em casa dia de sábado comendo churrasco a rezar o credo, é uma questão de escolha.
Preguiça de escrever um texto com conclusão, adeus.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Resiliencia.

O primeiro passo para cura é aceitar a condição de doente. Acho que por isso tem sido tão difícil conseguir algum avanço na minha reforma/demolição íntima. Antes de me tratar na condição concomitante de 'doença e doente', eu precisaria me conhecer mais, aceitar, construir, para só então assumir uma terceira condição: a de médico. Sinceramente nem eu sei se vou entender isso aqui que tô prestes a escrever quando eu, eventualmente, vier a reler o escrito (sim, eu sempre me leio), mas vamos lá. Eu 'doente' fico atacando eu 'doença' das formas mais inusitadas possíveis, só que sem nenhum diagnóstico preciso. Estou sempre tentando mudar algo, descobrindo um problema novo maior que o antigo e, clichesticamente, menos que o próximo, para, logo em seguida, me sentir curado, renovado, graças aos paleativos; que ocuparam tanto a minha cabeça na busca de soluções que eu acabo mesmo esquecendo qual era o problema. De repente, eu assumo ainda uma quarta condição, viro Deus e opero um milagre em mim: não existem mais problemas. Dirimi-se doente e doença, tudo de uma vez só. É só mesmo a minha essencia, é tudo questão de aceitação, rotulação. Afinal, tudo é muito relativo, isso que me incomoda um pouco, o que existe de absoluto em mim é a relatividade. Os meus próprios 'problemas' devem ter crises de identidade gravíssimas por não saberem o que realmente são, crise válida também pra qualquer solução, pensamento ou sentimento cuja fonte seja eu. Sendo assim, alcançar uma estabilidade é uma tarefa quase impossível, meu habitat natural, desde muito tempo, tem sido mesmo a crise, é com ela que eu me identifico mais. Tentar me conhecer melhor, pra saber o tipo de remédio ou, mais provavelmente, procedimento cirúrgico correto é algo que eu venho tentando sem lograr o êxito esperado. Sendo assim, permaneço doente-doença-Deus, sendo este último pedaço só de fachada, porque a validade dos milagres é curtíssima. Na verdade, eu poderia facilmente, se não tivesse tanta preguiça, substituir a palavra 'Deus' por 'Enganador de si' sem mudar nem por um segundo o sentido daquilo que eu estou tentando expressar aqui, porque os pseudo-milagres são, na realidade, apenas a negação de alguma coisa, que deixam meu quadro estável por pouco tempo. O que me remete ao que escrevi no inicio em relação à aceitação da doença. Infelizmente esse texto vai ficar inconcluso. Vou parar por aqui antes que eu comece a falar em círculos.
Adeus.